Por António Macedo
Teatro Lurdes Norberto, Linda-a-Velha,
14 de Outubro de 2017
Se eu tivesse um pequeno lampejo do desmedido e luminoso
talento do João Paulo Guerra (meu Camarada e que, ainda para mais se tem dado ao
trabalho de ser um dos meus melhores Amigos) não precisaria de mais de 6 ou de
7 minutos, vá, para desatar a mandar vir sobre o muito – o muitíssimo! – que há
para dizer a respeito dele, ele JPG, o Jornalista e o Cidadão.
E digo-o com conhecimento de causa e com o privilégio de ter
sido testemunha do episódio que vou contar. Auditiva, digamos assim, mas
testemunha.
Aqui há uns quase 30 anos, em Novembro de 1991, estávamos na
TSF, o João Paulo Guerra liderava a equipa responsável pela edição informativa da
noite. E eu a ouvir porque, então, respeitava o princípio segundo o qual, a
Manhã da Rádio começa à meia noite e eu atacava pela fresca. Caíu a notícia
pouco antes da meia-noite, 11 e meia, por aí. Tinha acabado de ser libertado um
cidadão, refém dos jiahdistas, no Líbano, desde Junho de 1985, há seis anos,
portanto. Declaração inicial, depois de libertado, qualquer coisa como “lamento
não saber nada daquilo que se passou no Mundo nestes últimos cinco ou seis
anos”.
Tanto bastou para o João Paulo Guerra ter uma daquelas
intermitências de loucura e genialidade que são dele uma insuperável imagem de
marca. Desafiada a produtora Paula Mesquita Lopes que, naquele tempo o
acompanhava na sadia maluqueira, na obstinação e na competência, o João Paulo
Guerra contou, no noticiário da meia noite da TSF, em seis minutos, tudo o que
acontecera no mundo nos últimos seis anos. Tudo – ou quase! – ilustrado com
sons e com dedicatória: Thomas Sutherland, tivesse ele o nome que tivesse. A
Rádio em todo o seu esplendor. Nunca tinha havido seis minutos como aqueles
seis minutos – e NUNCA mais voltou a haver seis minutos como aqueles seis
minutos. Quem o garante sou eu e eu garanto-vos que se o afirmo é porque é
MESMO Verdade!
Escolhi este episódio para início de conversa por duas
razões principais (entre outras): porque sintetiza exemplarmente algumas das
facetas mais marcantes do jornalista João Paulo Guerra (a capacidade de
síntese, o culto do “português de lei”, o arrojo e o atrevimento de nunca
desistir nem diante do impossível) e porque demonstra como o jornalista João
Paulo Guerra, modelo de independência e de isenção, nunca hesita perante o
desafio que lhe coloca o serviço AO público e aos Cidadãos. Há um direito inalienável
que poucos praticam como o João Paulo Guerra e esse direito não é tanto o de
dizer e de escrever em inteira Liberdade (a Liberdade de Expressão do
Pensamento), mas o de enquanto jornalista, o de dizer e escrever aquilo que o
Público (os públicos) tem o direito de saber (o de aceder a toda a Informação
Livre em inteira Liberdade). Repito: poucos o praticam como o João Paulo Guerra
e, já agora, é, muito também por isso, que os ouvintes do Serviço Público de
Radiodifusão, não podiam ter melhor Provedor, função, Provedor do Ouvinte, que
João Paulo Guerra desempenha actualmente com o brilho – e a UTILIDADE, sim a
UTILIDADE! e até a ACTUALIDADE! - que os Programas que tem assinado (com
Viriato Teles e, agora, também, com Inês Forjaz) na Antena 1 (sextas-feiras, 4
da tarde) mostram exemplarmente. “Em Nome do Ouvinte” é, hoje, um dos melhores
Programas da Rádio Portuguesa – e só não digo que é o Melhor para não ser
desmentido pelo próprio João Paulo Guerra (espero que ele esteja a passar pelas
brazas e que não esteja a ouvir nada disto...).
Aliás – para Alegria de alguns, Desespero de poucos e
Espanto de quase todos! – quando o chamado Conselho de Opinião da RTP vetou
(sem justificação alguma!) a indigitação do JPG para o cargo de Provedor pela
Administração da firma – o “levantamento popular” que incendiou nomeadamente as
redes sociais em protesto contra essa extraordinária decisão do dito CO
comprovou – se era necessário! – aquilo que acabo de dizer: o público (os
públicos) Mulheres e Homens, Jovens, Donas de Casa e Professores
Universitários, Juízes, Músicos, Actrizes e Actores, quase me atrevia a
acrescentar Operários &Camponeses, além de Desportistas, empregados avulsos
do Comércio da Indústria, consultores, eu sei lá, clamaram contra essa tremenda
injustiça, mostrando, com esse gesto, que este, JPG, era o Provedor que eles
desejavam ver em funções. Contra a decisão do CO, a Administração manteve – e
bem! – a indigitação e o “clamor popular” – chamo-lhe assim porque gosto e
porque é uma expressão muito próxima da Realidade! – contribuiu decisivamente
para a nomeação concretizada em Março. A voz do JPG é a voz de toda essa gente,
mas é, igualmente, a nossa voz, a voz da Rádio, de todos os que a usam e
exercem, com gozo e gosto, com independência e em inteira Liberdade.
Reconhecendo, como, repito, o faz modelarmente o JPG, que se existe o nosso
Direito existe, acima dele, o Direito dos Cidadãos da República, em Democracia
e em Liberdade.
Meus Amigos, Minhas Senhoras e meus Senhores.
Muito daquilo que aqui vou dizer a respeito do João Paulo
Guerra li-o, por sugestão do próprio, no blogue que ele mantém na rede:
“Jornalismo, Diz Que É Uma Espécie De Democracia”. A biografia do João Paulo
Guerra está lá toda escarrapachada na escrita luminosa e depurada do João Paulo
Guerra, com a ironia e a mordacidade que são, também dele, outra imagem de
marca, factos e mais factos, cronologicamente sintetizados e apresentados.
Quando o JPG me convidou para ser eu a falar sobre ele nesta iniciativa do
Grupo de Teatro Intervalo (à semelhança do que ele fez, brilhante e
inesquecivelmente, no ano passado a meu respeito), sugeriu-me que lhe fosse ao
blogue (salvo seja!) e que me inspirasse no que ele escrevera. Tinha ideia de
já ter percorrido aquelas páginas e tinha a certeza (eu tenho certezas muito
parvas!...) de que pouco me serviria a consulta. Para escrever sobre o João,
basta ter trabalhado com ele , conhecê-lo e ser Amigo dele – eis o que pensei.
Para citar Camilo, revelei-me a mim próprio, “uma adulta e descompassada besta!”.
Eu, afinal, pouco ou nada sabia a respeito do JPG. Tinha apenas umas luzes...
umas ideias. O João Paulo Guerra é o jornalista com uma “história sem fim”.
Sempre com objectivo – o do combate permanente (que, ao contrário da Revolução,
é – mesmo – permanente!) pela Liberdade, mas, na verdade – sem fim! É uma
história interminável de vitórias atrás de vitórias nesse combate, mesmo quando
as vitórias se apresentam – aos nossos olhos desprevenidos – como derrotas...
Mas já lá chego...
António Macedo. na homenagem a um amigo,
fez uma evocação do homenageado generosa mas convicta
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No referido blogue, o JPG escreve, sintética e ironicamente
que é jornalista “há 19 primeiros ministros, 10 Presidentes da República e 7
Papas”. Ao melómano João Paulo Guerra cumpre-me informá-lo esta noite que é
jornalista há 33 discos e 156 Canções de José Afonso e ao benfiquista
acrescento que é jornalista há 33 treinadores (de Bella Guttmann a Rui
Vitória), 25 títulos nacionais de futebol da 1ª divisão e há 467 golos do
Eusébio em 614 desafios com a camisola vermelha. Vermelha – não encarnada.
Vermelha!
E esta história, a bem dizer, começa há 55 anos – e é também
por isso que aqui nos reunimos esta noite, há 55 anos! – na Rádio Renascença.
Programa semanal, “Nova Vaga”, convite do jovem jornalista do Diário Popular,
Dinis de Abreu, para integrar uma equipa de jovens, tardes de sábado, e com o
João Paulo a irmã Maria do Céu, Maria do Céu Guerra, também ela connosco esta
noite, poizatão.
Li, numa entrevista da Maria do Céu, aqui há anos, que,
quando eram miúdos era o João Paulo quem tinha jeito para as teatrices. Se a
Maria do Céu Guerra deu no que deu – uma das maiores actrizes da História do
Teatro Português – imaginem bem quem não estaria hoje diante de nós se lhe
tivesse dado mesmo para o Teatro e não para o Jornalismo. Uma coisa é certa:
poderíamos estar perante um Grande Actor, mas teríamos perdido um dos Grandes
Jornalistas de Sempre.
De caminho, por vir a propósito: nenhum Jornalista – vivo ou
morto! – ganhou tantos Prémios, foi tão galardoado – e geralmente pelos pares
dele – como o João Paulo Guerra! Seria fastidioso estar para aqui a enumerar
todos os Prémios que recebeu, mas não posso deixar de fazer notar que esses
Prémios, os mais distintivos das respectivas instituições, foram, por exemplo,
da Casa da Imprensa, do Clube dos Jornalistas, da Sociedade Portuguesa de Autores.
Antes e depois do 25 de Abril. Chama-se a isto fazer Justiça.
A actriz Maria do Céu Guerra transformou a homenagem
ao irmão numa luminosa noite de poesia.
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Recuo um passo, para dar dois à frente: chamava-se “O
Regresso das Caravelas” a tal série de reportagens que justificava o tal prémio
Gazeta do Clube dos Jornalistas anunciado quando o João estava a ser despedido
da TSF.
Anos antes – e antes do 25 de Abril - já o João Paulo Guerra tinha passado por uma
situação igualmente bizarra: em Novembro de 1973, foi despedido do Rádio Clube
Português um mês depois de ter recebido a medalha de “Bons Serviços” ao cabo de
dez anos na equipa de Noticiários daquela estação.
O JPG integrou a primeira equipa de Noticiários do RCP,
chefiada por Luís Filipe Costa (de quem o João costuma dizer, lapidarmente, que
toda a gente aprendeu com ele, mesmo quem não sabe quem é o Luís Filipe
Costa!). Depois da estreia na Renascença, no já citado “Nova Vaga”, de efémera
existência, JPG foi convidado a ficar como estagiário na estação e foi de lá
que transitou, por convite, para o RCP. Com o João nessa primeira equipa dos
Serviços Noticiários, Justino Moura Guedes, João Macieira de Barros, Cândido Mota,
Firmino Antunes, Paulo Fernando (esse mesmo, o dos Intocáveis, este disco é
intocável mas não é inquebável e aqui vai disto – ou disco, kfg krg, krg!),
mais tarde, Jorge Dias, Jorge Moreira, Manuel Bravo, Fernando Quinas (cuja
capacidade para sintetizar uma ideia deve ter permanecido ao longo dos anos,
dado que, recentemente, ao ser-lhe pedido que fizesse uma comparação entre o
RCP onde tinha começado e aquele que retomava as emissões 50 anos depois,
dizia, lapidarmente, que naquele tempo havia discos proibidos e, agora, há
discos obrigatórios!) e Jaime Fernandes (que, numa emissão em directo na Antena
1, há uns anos, ao falar do passado, disse que quem mais o influenciara e ele
mais tentara imitar tinha sido o João Paulo Guerra...).
Perdi-me.
Portanto, eis o JPG na equipa dos Noticiários do Rádio Clube
Português dando um piparote inesquecível na forma de fazer e apresentar as
notícias da Rádio, desrespeitando a hierarquia do servicinho e valorizando a
hierarquia da importância da notícia. Em poucas palavras, em três minutos. De
hora a hora. A novidade, tanto como a notícia, no ar! O assassinato de Kennedy,
o Vietnam, a explosão do Rock&Roll, o Maio de 68, Woodstock, a queda da
cadeira e a morte de Salazar, o golpe no Chile que derrubou Allende, como
recorda JPG no blogue dele. O essencial, contextualizado, em 3 minutos de cada
vez. Portugal e o Mundo na Rádio com a Censura à perna, mas sempre driblada em
grande estilo, nos subentendidos, nas entrelinhas, nos jogos de palavras,
“actividades” em que o João Paulo Guerra é o Mestre dos Mestres! E, porém,
despedido apesar dos 10 anos de “Bons Serviços”.
João Paulo e Maria do Céu Guerra, com Armando Caldas |
Recuou poucos passos o João Paulo Guerra. Da Sampaio e Pina à
Joaquim António de Aguiar vão dois passos e o JPG (que já escrevera na “Cena7”
da Capital, na Memória de Elefante e na Mosca do Diário de Lisboa onde fixou a
expressão nacional-cançonetismo que ainda perdura para designar um certo tipo
de Canções que a gente sabe quais são e que o JPG sabe melhor do que ninguém) e
o JPG, ingressa, bem pago, na redacção de um semanário que nunca chegou a ser
publicado o AE, Actividades Económicas, semanário de grande informação que,
segundo os proprietários (os empresários da Torralta) e o jornalista que ligava
a Administração à Redacção, Mário Ventura Henriques, se destinava a concorrer
com o Expresso – pela Esquerda. Verdade! Produzidos os nºs Zero (creio que
dois) o nº 1 foi inteiramente cortado pela Censura, até a previsão do tempo
redigida por... José Saramago.
O João era o autor da reportagem que fazia a manchete do
jornal. Antetítulo: Fornada de Aumentos”. Título: “O Pão é Político”. Estávamos
em plena Primavera Marcelista, assim chamada, o Regime dava os últimos suspiros
e o 25 de Abril apanha o João Paulo Guerra a viver da indemnização que tinha
recebido do AE (o Jornal acabou por nunca ver a luz do dia e os jornalistas que
não quiseram integrar as redacções de outros títulos da empresa saíram com
indemnizações de acordo com a legislação então em vigor) a viver dessa
indemnização e da retribuição simbólica que recebia no Notícias da Amadora onde
era o chefe de uma Redacção de 3 redactores. O economista Sérgio Ribeiro era o
director. Sucedera, no cargo, a Carlos Carvalhas.
Uma semana antes do 25 de Abril, no dia 18, Sérgio Ribeiro
foi preso em casa. A redactora Helena Neves também e as instalações do jornal –
que funcionava em anexo a uma tipografia na Damaia – tinham sido ocupadas pela
PIDE. Quem entrasse, já não saía. Nem o carteiro. O João entrou, as instalações
acabaram por ser desocupadas depois dos agentes da PIDE (então DGS) terem
levado tudo o que entenderam, comprometendo, portanto, a edição seguinte do
jornal (para o que precisaram de duas carrinhas tal era a quantidade e o peso
do material de que se apropriaram), ainda assim o jornal acabou por ser feito e
até foi possível, em duas colunas, saudar o 25 de Abril, na primeira página do
Noticias da Amadora posto à venda no dia 25 de Abril de 1974.
Marcelo Caetano, no livro “Depoimento” que escreveu já no
dourado exílio carioca recorda esses tempos: “Era forçoso reprimir”. Cita os
autores de Canções, as Companhias de Teatro, Escritores e jornais e entre estes
cita expressamente o Notícias da Amadora. Era forçoso reprimir o Noticias da
Amadora. Chefe de Redacção: João Paulo Guerra.
Então, e depois, João Paulo Guerra?
João Paulo Guerra estava, portanto, impedido de trabalhar na
Rádio!
Regressa, portanto, com o 25 de Abril. Mas porque a
Matemática nem sempre é infalível quando a política se mete de permeio, a um 25
sucede sempre outro 25 e o João Paulo é saneado. À porta das instalações da EN,
na Rua do Quelhas, é mesmo afixado um aviso proibindo a entrada dele. Assina o
derradeiro recibo de ordenado sentado no passeio em frente e recebe o cheque
das mãos do funcionário que se deslocou expressamente ao exterior para esse
superior efeito.
Reclama para os Tribunais, queixa-se aos Governos. A
primeira resposta que recebe é da primeiro ministro Maria de Lurdes Pintasilgo.
Remetera o assunto para o ministro da tutela. Sucede que o ministro da tutela
era a mesma criatura que assinara o despedimento dele da Emissora Nacional.
Voltou aos jornais, “O Diário”, O Jornal, finalmente – e de
novo! – a Rádio onde regressa de rompante para as Manhãs de fim de semana (numa
equipa com Fernando Alves) e onde edita, depois, em todos os horários. E assina
as Grandes Reportagens da Estação que lhe dão Prémios uns atrás dos outros.
Mais recentemente, já neste século, Bom dia e Boas Notícias,
assinou durante mais de dez anos a Revista de Imprensa nas Manhãs da Antena1.
Pôs milhares e milhares de pessoas a ler os jornais de outra maneira. Atrevo-me
mesmo a dizer que pôs centenas a ler jornais. Ponto final. E a ouvir Rádio com
os dois ouvidos, nos dois canais. Outro ponto final. Essa actividade tão básica
e que o João Paulo elevou à categoria de matéria de luxo também lhe deu Prémio
– o galardão mais elevado da SPA! Também lhe trouxe chatices, digo eu, mas isso
não vem ao caso. Sei, alguns de nós sabemos, que as outras Rádios andaram anos
a tentar combater – no melhor sentido da expressão – a performance conseguida
pelo João Paulo com a leitura dos jornais. Nunca conseguiram. O pico de
audiências na Um estava por conta dele e nunca mais voltou a ser o mesmo desde
que o deixamos de o ouvir dizer Bom Dia e Boas Notícias.
João Braga e os seus músicos levaram ao espectáculo um riquíssimo repertório de fados com poemas, entre outros, de Pedro Homem de Melo, Manuel Alegre, Alexandre O'Neill |
(…) A Maria Carlota gostaria de ter estado aqui esta noite.
Maria Carlota Álvares da Guerra, jornalista, a Mãe do João Paulo, mais velha do
que ele 20 anos. Um dos mais belos textos que conheço do João Paulo – e
conheço-lhe textos belíssimos! – é sobre ela, Maria Carlota, está impresso num
livro da Casa da Imprensa escrito por jornalistas filhos de jornalistas a
respeito dos pais. Pensei citar uma passagem, mas ia desfazer-me em lágrimas se
é que ainda não estou...
Esta noite, estão connosco a Maria do Céu Guerra, a pessoa
com quem se dá há mais tempo e com quem nunca se zangou em 70 anos; e um dos
Amigos desse tempo, de miúdos e da Juventude, um dos Amigos mais antigos com
quem mantém contacto mais ou menos regular, João Braga. Até por estar na
presença deles e na da Família, os filhos Paulo, João Nuno, Manel e Francisco,
as noras, Guida e Sofia, os netos Miguel, Maria e Rafael e a Mulher, Clara
(“não há amor como o último”, diz o João e fazem amanhã anos de casados) foi
para mim uma tremenda responsabilidade e uma honra desmedida falar sobre este
meu Amigo. Ninguém, pela certa, como eles para dizerem do João aquilo de que eu
não terei sido capaz...
Fim de festa: João Braga, João Paulo Guerra, Maria do Céu Guerra e António Macedo ao palco |
Este texto já vai longo. Felizmente, o João Paulo Guerra não
vai ter de brincar ironicamente com o assunto, como fazia nos tempos do
antigamente, dizendo “não faz mal, há-de haver alguém que se encarregará de o
pôr mais curto”... Isso, meu caro João, todos o devemos também a ti. Mesmo os
que não te conhecem ou nunca ouviram o teu nome. Se mais não houvesse, esta
seria razão bastante para te deixar aqui um agradecimento sincero e o
testemunho do maior respeito (e até de algum respeitinho do bom...) e, sem
graças, da mais profunda admiração.
Muito obrigado, João Paulo Guerra.
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